terça-feira, 21 de abril de 2015

QUEIMANDO A LARGADA: A HISTÓRIA SEM FIM - PARTE I

Viajar, em nossas cabeças, é sempre algo que renova as forças. Promete o inesperado. Cria expectativas...

A história de hoje é uma das minhas preferidas - depois que passou né?! – porque nem todo roteirista da Globo ou de Hollywood pensaria na bizarrice que aquele final de semana estaria a me proporcionar.

Foi tanta coisa que aconteceu em dois dias, que pra contar por cima, vou precisar publicar esse texto em partes...

Bananéia é aquela amiga dos tempos do ronca, que tem o dom clássico de só se envolver com homens ricos e problemáticos, na mesma proporção em que eu escolho os cafas. Era incrível como os paqueras dela sempre a chamavam p/ alguma viagem ou programa super interessante, regradas de tudo do bom e do melhor... e eu, sempre que requisitada, tava lá na cola pra fazer aquela análise do carinha e... lógicooooo... desfrutar de tudo bom que a viagem pudesse oferecer... afinal, segurar vela tinha que ter alguma vantagem.

Minha amiga Bananéia tinha conhecido um aparente partidão. Odorico era um moreno alto, que morava em outro estado, muito trabalhador e sem nenhum traço evidente de doidice, psicopatia ou outro distúrbio de personalidade, o que, em nossas cabeças, seria a tal chance esperada de descolar um amor pra toda vida e sair da zica que já acompanhava ela fazia um longo tempo.

Mas isso não era tudo... Em uma de suas visitas, Odorico apareceu acompanhado de um amigo lindo de morrer, no estilo Deus Grego... até abrir a boca... e que boquinha dos infernos...

Mutema era aquilo típico homem bonito e leso. Adorava contar vantagem e depreciar todas as mulheres que cruzassem seu caminho ou simplesmente passassem na sua frente. Um odioso narcisista clássico, daqueles que a gente tem vontade de pegar pelo pescoço e enterrar na areia pra ver se ele parava de falar tanta babaquice.

Embora Mutema fosse toda essa pessoa deplorável internamente, Deusarina, mais uma amiga do meu grupo, se encantou pela beleza do rapaz e topou ficar com ele no estilo “cala a boca e beija logo” naquela oportunidade.

Passado uns 3 meses daquele encontro, em uma quarta-feira dessas, Bananéia me ligou:

- Sofrenilda gataaaaa, td na paz? Tenho um convite irrecusávellllllllllllllllll (gritinho de euforia)

- Sou toda ouvidos!! Conta tudo Naná! (Conta, conta, conta, conta, conta)

- A parada é a seguinte, Mutema e Odorico chamaram a gente p/ vaqueja lá em Baixa da Égua, pra ficar na casa de um deles... vai ser tudoooooo... E nem vá dizendo que vai segurar vela... chame Pombinha (a 3ª best da história) que eles vão fazer um super churrasco com uns amigos, promessa de bandinha de pagode e muitos gatinhos solteiros... vai ser BOM-BA-DO!!

Juro que meus olhinhos brilharam... quem sabe não era dessa vez que um cristão de bom coração cruzava meu caminho?! Além disso, esta garota que vos fala sempre foi uma forrozeira convicta, daquelas que mal consegue se segurar um minuto na cadeira quando um bom xote começa a tocar...

- Amiga, vai ser tudo mesmo... mas tô superrrr quebrada. (Voz de “vou perder o homem da minha vida porque achei que meu salário iria reproduzir feito coelho”)

- Sosô, relaxa... os meninos disseram que com comida a gente não se preocupa ok?!

- Então tudo certo já!!!! (Voz de quem não precisa de muita pressão para topar o apelo de uma amiga)

Diante do convite aparentemente I-R-R-E-S-S-I-S-T-Í-V-E-L, Pombinha também topou... afinal, o que tinha p/ negar?! Passar o final de semana na super casa de campo do tal peguetxe da Bananéia, curtir a vaquejada lá em Baixa da Égua, gastar pouco, cheio de solteiros legais... não tinha como dar errado né?!

SÓ QUE TINHAAAAAAAA, GATA!!!

1ª PARTE: CHEGANDO EM BAIXA DA ÉGUA

Tudo acertado, saímos as quatro amigas com aquele friozinho bom na barriga e muita expectativa pra o forrozão do final de semana, mas foi logo na chegada em Baixa da Égua que surgiram os primeiros sinais de Deus que o negócio não ia ser bem assim...

Após passadas míseras 4 horas de viagem, uma nova bunda no estilo quadrado básico já tinha se formado na minha parte traseira, e todas as participantes da tal empreitada top já estavam com aquela dancinha frenética de quando a pessoa tá se mijando, segurando tudo o que sua bexiga pode aguentar por um banheiro limpo e confiável.

Paramos numa típica pracinha dessas das cidades de interior para saber onde estava o tal Odorico... Bananéia liga do carro, no viva voz:

- Oi Odorico, já chegamos... como faço pra chegar na sua casa? (voz doce e meiga, na certeza que o amor lhe espera)

- Oi gata, vou me atrasar... Acabamos de pegar a estrada... (Voz de garoto passação)

- Por que? Aconteceu alguma coisa? (Pânico total... Vamos ser abandonadas?!)

- Não não, é porque Mutema e eu precisávamos ir malhar... (Voz de bocó – típica pessoa desprovida de senso de noção, em termos nordestinos)

Todo mundo se olha dentro do carro... Comoooooo assim????? Foi isso mesmo que ele disse?! A gente enfrentou 4 horas de viagem, pra esperar no meio de uma pracinha porque os tais príncipes precisavam malhar?!... Esse mundo não tá normal genteiimmmm!!

Uma hora e meia depois (porque a cidade deles era bem mais perto do que a nossa), e com 50% da moral perdida com o nosso grupo, os dois rapazes chegaram à cidadezinha combinada.

Com a barriga já encostada nas costelas, por causa da fome de matar, era incontestável o próximo passo... COMERRRR!!! Odiá-los ficaria pra depois (rsrsrsrs).

Amigas, o que eu não contei explicadinho a vocês era a crítica situação de liseu (falta total, completa e absoluta de dinheiro) que eu e Pombinha estávamos passando... 

Dinheiro contadinho p/ passar o fim de semana, restrito para a compra do ingresso, algum lanche mais barato, a bebida da night e gasosa da viagem... Nenhum outro tipo de ostentação era permitida, como, por exemplo, lanchar algo mais caro que R$ 5,00.

Nessas condições, MA-RA-VI-LHO-SAAAASS, partimos em busca do lanche/jantar até encontrarmos um restaurante aconchegante da cidade, decidido pelos nossos anfitriões (que, por sinal, já estavam lá bem sentadinhos quando chegamos).

Best´s, aí foi que o negócio começou a ficar meio cabuloso (= estranho de forma caótica). Os meninos já haviam pedido a própria comida: um camarão de entrada, uma jarra de suco e um belo prato de filé para duas pessoas.

Feita a recepção necessária, Odorico nos passou o cardápio. É nesse momento que você identifica uma pessoa lisa, no caso eu... a escolha do prato não é feita pelo que você quer comer, mas única e exclusivamente pelo preço localizado naquela tabela final que te informa o valor mais em conta p/ matar a fome de 4 mulheres desesperadas. O cardápio mostrava a solução perfeita... Pizza grande acompanhada por um refri geladinho por R$ 28,00... (Obrigada Jesussssss!!!!!).

Sorriso dando laço, fizemos o pedido, enquanto os meninos já saboreavam seus pratos vorazmente... Embora eles não tenham oferecido, eu pensei “que nada, nem devem ter se ligado” (Tolice ignorar os sinais que se jogam na sua face, amiga).

Chegada e devorada nossa pizza. Todo mundo relativamente feliz... Chega a tão esperada conta. E quem recebe???? EU, É CRARO!!!! (Será que eu tenho cara de rica?! Ou é a minha cara de Sofrenilda até para essas coisas?)

Ok ok... vamos aos cálculos... Eu olho p/  Bananéia como se gritasse “e aí, gataaaaa?!”...

Sabe o que interessante?! Já perceberam como todo mundo disfarça essa hora... Galeraaaa, se tocaaaa!!

Diante do vácuo instaurado na conversa, e as cutucadas debaixo da mesa entre eu e Pombinha, falo em alto e bom som:

- E aí, galera? Chegou a conta... Nossa parte é a pizza (Aquela voz de: se quiser pode pagar tudo... uhuuuu)

- Vamos dividir por todos, é mais fácil – se manifesta ridiculamente o tal Mutema, já tirando sua parte da divisão injusta 

Eu olho em tom clássico de “nem fudendo” pra Bananéia e Deusarina...

- Pode ser... divide aí Sofrenilda –  Bananéia responde sem ter noção que eu queria muito matá-la nesse momento.

Coleguinhas, a pessoa come uma pizza e vai pagar camarão e filé?! Tá de brinks comigo né?!  A conta que seria os R$ 7,00 bem calculados passaram pra R$ 50,00 por pessoa... (Fudeu, fudeu mesmo – vou ter que ficar sem comer até o final da viagem).


Superado esse momento trágico, e de uma análise detalhada do tal jantar, partimos pra casa dos meninos... Você aí lendo vai dizer: Calma Sofrenilda, cabou sua noite... Só que não, bebê!!!!

....

Aguardem as cenas do próximo capítulo (digo, postagem)

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