segunda-feira, 27 de abril de 2015

QUEIMANDO A LARGADA - PARTE 2: A NOITE QUE NÃO QUERIA TERMINAR

2ª PARTE: A NOITE INTERMINÁVEL

...

Eles foram antes (pra variar), colocaram o carro na parte da frente da casa, num jardim ainda inacabado, cheio de imperfeições no terreno, que, pra finalizar, tinha uma imensa ladeira de terra e uma escada de acesso pra entrar na casa.

Chegamos logo depois. 

Saltão 15 cm no pé, pra garantir o glaumor, e 4 malas tamanho giga, com roupas suficientes para chuva, sol, neve, terremoto, tsunami e qualquer outro evento climático... Eu pensei, eles foram abrir as portas da casa, colocar a mala deles dentro e voltar pra nos ajudar, né?!

HA HA HA... Valeu Cumpade Washington, sabe de tudo... porque a gente num sabe de nadaaaa, bando de inocentes!!

Após uns quase 5 tombos e pés virados no caminho, colocamos as malas p/ dentro, enquanto riamos da situação já confirmada como ridícula.

Nesse momento eu já não tinha nenhum controle de mim... Um espírito de Sr. Lunga tinha entrado no meu corpo! (Se não souber quem é, joga no google, miga)

Tudo posto no quarto, os meninos nos chamam p/ aquela velha cerveja, que, a propósito, nós tínhamos levado por precaução...

Sentamos na varanda, naquele friozinho agradável, enquanto o desagradável do Mutema (pra não dizer outra coisa) iniciou a conversa. O tal boquinha de inferno falava sobre a ausência dos amigos naquela noite... Tudo seguia tranquilo, até ele comentar:

- Tudo um bando de fresco, era pra tá aqui hoje. Avisei que vinha um mói de nega pra casa de Odorico!

Gente, antes que vocês encaminhem esse texto para alguma ONG contra a discriminação de cor, o termo ‘nega’ para o nordestino nada tem a ver com raça. Aqui, dois termos são utilizamos com frequência nas conversas, que podem ter, ou não, tom pejorativo, são: nega e caba.

No caso da história de hoje, considerando toda a raiva acumulada da noite, e o fato que eu só queria um motivo pra brigar com Mutema e Odorico, entendi no mal sentido (tipo mulher TPM) e entrei pra briga, falando:

- Como é menino?! Eu tô à venda e ninguém nem avisa?! Da próxima vez, faça a gentileza de comunicar. Ainda não tô precisada de cafetão, mas eu pego seu cartão quando precisar dos seus serviços... (Olhar de: bocó, bocó, bocooooooó - combinado com um risinho amarelo de simpatia disfarçada)

- Prontoooooo, agora lascou! E tu não veio conhecer uns cabas, não?! (Risadinha sarcástica com um tom de eu sei que seu passado, presente e futuro lhe condenam)

- Se eles tiverem qualquer coisa semelhante à sua ilustre personalidade, prefiro entrar pra o Convento das Carmelitas e nunca mais ver outro homem na vida que não seja Jesus... mas respondendo a sua pergunta, não, eu não vim conhecer “uns cabas”, embora isso não seja da sua conta... (Sangue nos olhos com uma gargalhada da Malévola).

A conversa seguiu entre ‘tocos’ discretos entre as pessoas da sala, enquanto Mutema e Odorico se pabulavam das conquistas amorosas e chifres passados nas suas falecidas de forma "engenhosa". Viro discretamente para Bananéia e Deusarina que fazem uma cara desesperada de “deixa passar amiga”...

Puta de raiva e pronta para usar a primeira machadinha que algum Serial Killer pudesse me emprestar, me levantei com um sorriso amarelo e sob o argumento de sono, chamei Pombinha pra irmos dormir, pensando que só por me manter calada merecia o prêmio Nobel da Paz... eu era quase um anjo de Deus (embora deixasse o rastro de um olhar de: um dia tem volta, peste!!)

Fugidas, fomos Pombinha e eu para o quarto, CHO-CA-DAS com a quantidade de leseira saída daquelas almas... No meio do caminho, ela sugere:

- Sosô, vamo se acabar na cerva? A gente leva pra o quarto e fica bebendo lá, porque a pessoa não é nem obrigada a aguentar um troço desse...

Parecia perfeito... só que o sonho não durou 20 minutos.

Quando a alma sebosa, digo... Mutema, resolveu ir ao banheiro, viu que estávamos indo pegar cerveja na cozinha... Foi quase como encontrar o Vingador, da Caverna da Dragão (até porque eu torcia para ele ter um chifre bem grande), acabando com toda a alegria do episódio.

Depois de arrastadas novamente para a sala a contragosto, o telefone de Odorico toca. Eram alguns amigos querendo conhecer as tais ‘nega’. Enquanto ele e Mutema discutiam por não querer receber os amigos na casa, a campainha anunciava: os bofes chegaram.

Odorico sai praticamente corrido da sala, arrastando Bananéia pra outro cômodo da casa.

Naquela hora Pombinha e eu já não tínhamos mais saco para atender nem Caio Castro (mentiraaaa) quanto mais os amigos desse povo. Mas não era opcional.

Eram dois meninos, no mínimo “engraçados”.

O primeiro era um garoto dos cabelos grandes (quase na cintura), gordinho, que me focava com um olhar de “E ai, gata?! Tudo certo já?!”, enquanto o segundo era um baixinho, moreninho, sem pescoço e com um ego inversamente proporcional à sua altura.

Não deu 10 minutos para o segundo casal, Mutema e Deusarina, fugir e deixar as sofridas com a missão de colocar a dupla pra fora de casa.

Fizemos todos os procedimentos de praxe para dispensar alguém... bocejos, conversas sobre a viagem longa, o cansaço do trabalho, seguida daquela velha pergunta: “E vocês não estão cansados não?!”... até a última tentativa: VASSOURA ATRÁS DA PORTA! (Nível de desespero 5 na velocidade do creu)... Nada dava jeito!

Enquanto o visitante estilo pigmeu contava da sua grande fama com as mulheres, nas melhores boates do Rio de Janeiro – e eu pensava intrigada, por que??? Será que ele é muito rico?? Ele não era bonito, não era inteligente, não era divertido, nem mesmo tinha uma conversa interessante... Só sobrou o dinheiro – o cabeludo me pediu um CD emprestado.

Até aí tudo bem, né?!Só que mais uma vez o engano bateu na minha face.

Enquanto eu mangava (tirar onda no nordestinês) de Pombinha, que pacientemente aguentava as conversas e cantadas do anão Dunga, segui em busca do CD, deixando o cabeludinho na sala.

Ao abrir a porta do carro, percebi não só o raiar do sol como também o Sr. Cabelo atrás de mim... Nesse momento, fui imprensada contra o carro enquanto o gordinho saliente tentava me roubar um beijo...

Sinceramente eu não sabia qual o sentimento que me dominava naquele momento: a vontade de rir ou a vontade de correr. Educadamente eu falei (porque realmente eu sou muito legal):

- Olha Cabelinho, eu vim pra encontrar com alguém muito especial nessa vaquejada e eu realmente não quero fazer isso com ele... (voz eu tô falando qualquer coisa p/ você sair daqui)

- Gataaaa, você tá perdendo a chance da sua vida de ficar comigo... Vai se arrepender viu?! Olha bem nos meus olhos, pra o meu rosto... tem certeza?!

Gente, eu dei aquele risinho nervoso discreto, enquanto meu eu interior gargalhava em alto e bom som esperando pra contar isso à primeira amiga que cruzasse meu caminho. Certeza que além do rapaz não ter espelho, ele tinha uma auto-estima invejável. Alowwwwww... Quando eu beijasse ele, será que o rapaz ia tirar uma máscara mágica e parecer com o Capitão América ou ia ser charmoso como Cristhian Grey?! Era isso?!

Olhei bem nos olhos deles, com aquele cabelo comprido de mulher (em nada meu estilo), a pela oleosa e cheia de espinhas, acrescida de uma carinha redonda embriagada, com olhos de louco. Sorrindo, eu falei:

- Benza Deus sua auto-estima, mas tenho muita certeza! Obrigada pela atenção... (Seguido de um curtir com a mão)

Seguimos de volta pra a sala, onde Pombinha, com cara de zumbi, era imprensada no canto do sofá pelo rapaz pequenino, sem grandes chances de escapatória.

Já impaciente, falei:

- Meninos, o sol já raiou. Vamo brincar de todo mundo ir dormir, né?!... Melhor vocês irem... agora.

Pombinha deu um belo sorriso de esperança, com o que ainda sobrava de acordado nela.

Os meninos, vencidos pelo cansaço, se despedem. Enquanto o tal fofura me fala no ouvido:

- Xau Sofrenilda. Amanhã você vai se arrepender disso... (Gente, pela segunda vez... Será que tinha alguma câmera escondida e eu perdi algum prêmio milionário porque não peguei o rapaz?!

- Ok ok... Bye! (Cansada demais pra ganhar um milhão...)


E esse foi o final do primeiro dia... digo só o começo do que ainda estava por vir... 

[...Continua...]

terça-feira, 21 de abril de 2015

QUEIMANDO A LARGADA: A HISTÓRIA SEM FIM - PARTE I

Viajar, em nossas cabeças, é sempre algo que renova as forças. Promete o inesperado. Cria expectativas...

A história de hoje é uma das minhas preferidas - depois que passou né?! – porque nem todo roteirista da Globo ou de Hollywood pensaria na bizarrice que aquele final de semana estaria a me proporcionar.

Foi tanta coisa que aconteceu em dois dias, que pra contar por cima, vou precisar publicar esse texto em partes...

Bananéia é aquela amiga dos tempos do ronca, que tem o dom clássico de só se envolver com homens ricos e problemáticos, na mesma proporção em que eu escolho os cafas. Era incrível como os paqueras dela sempre a chamavam p/ alguma viagem ou programa super interessante, regradas de tudo do bom e do melhor... e eu, sempre que requisitada, tava lá na cola pra fazer aquela análise do carinha e... lógicooooo... desfrutar de tudo bom que a viagem pudesse oferecer... afinal, segurar vela tinha que ter alguma vantagem.

Minha amiga Bananéia tinha conhecido um aparente partidão. Odorico era um moreno alto, que morava em outro estado, muito trabalhador e sem nenhum traço evidente de doidice, psicopatia ou outro distúrbio de personalidade, o que, em nossas cabeças, seria a tal chance esperada de descolar um amor pra toda vida e sair da zica que já acompanhava ela fazia um longo tempo.

Mas isso não era tudo... Em uma de suas visitas, Odorico apareceu acompanhado de um amigo lindo de morrer, no estilo Deus Grego... até abrir a boca... e que boquinha dos infernos...

Mutema era aquilo típico homem bonito e leso. Adorava contar vantagem e depreciar todas as mulheres que cruzassem seu caminho ou simplesmente passassem na sua frente. Um odioso narcisista clássico, daqueles que a gente tem vontade de pegar pelo pescoço e enterrar na areia pra ver se ele parava de falar tanta babaquice.

Embora Mutema fosse toda essa pessoa deplorável internamente, Deusarina, mais uma amiga do meu grupo, se encantou pela beleza do rapaz e topou ficar com ele no estilo “cala a boca e beija logo” naquela oportunidade.

Passado uns 3 meses daquele encontro, em uma quarta-feira dessas, Bananéia me ligou:

- Sofrenilda gataaaaa, td na paz? Tenho um convite irrecusávellllllllllllllllll (gritinho de euforia)

- Sou toda ouvidos!! Conta tudo Naná! (Conta, conta, conta, conta, conta)

- A parada é a seguinte, Mutema e Odorico chamaram a gente p/ vaqueja lá em Baixa da Égua, pra ficar na casa de um deles... vai ser tudoooooo... E nem vá dizendo que vai segurar vela... chame Pombinha (a 3ª best da história) que eles vão fazer um super churrasco com uns amigos, promessa de bandinha de pagode e muitos gatinhos solteiros... vai ser BOM-BA-DO!!

Juro que meus olhinhos brilharam... quem sabe não era dessa vez que um cristão de bom coração cruzava meu caminho?! Além disso, esta garota que vos fala sempre foi uma forrozeira convicta, daquelas que mal consegue se segurar um minuto na cadeira quando um bom xote começa a tocar...

- Amiga, vai ser tudo mesmo... mas tô superrrr quebrada. (Voz de “vou perder o homem da minha vida porque achei que meu salário iria reproduzir feito coelho”)

- Sosô, relaxa... os meninos disseram que com comida a gente não se preocupa ok?!

- Então tudo certo já!!!! (Voz de quem não precisa de muita pressão para topar o apelo de uma amiga)

Diante do convite aparentemente I-R-R-E-S-S-I-S-T-Í-V-E-L, Pombinha também topou... afinal, o que tinha p/ negar?! Passar o final de semana na super casa de campo do tal peguetxe da Bananéia, curtir a vaquejada lá em Baixa da Égua, gastar pouco, cheio de solteiros legais... não tinha como dar errado né?!

SÓ QUE TINHAAAAAAAA, GATA!!!

1ª PARTE: CHEGANDO EM BAIXA DA ÉGUA

Tudo acertado, saímos as quatro amigas com aquele friozinho bom na barriga e muita expectativa pra o forrozão do final de semana, mas foi logo na chegada em Baixa da Égua que surgiram os primeiros sinais de Deus que o negócio não ia ser bem assim...

Após passadas míseras 4 horas de viagem, uma nova bunda no estilo quadrado básico já tinha se formado na minha parte traseira, e todas as participantes da tal empreitada top já estavam com aquela dancinha frenética de quando a pessoa tá se mijando, segurando tudo o que sua bexiga pode aguentar por um banheiro limpo e confiável.

Paramos numa típica pracinha dessas das cidades de interior para saber onde estava o tal Odorico... Bananéia liga do carro, no viva voz:

- Oi Odorico, já chegamos... como faço pra chegar na sua casa? (voz doce e meiga, na certeza que o amor lhe espera)

- Oi gata, vou me atrasar... Acabamos de pegar a estrada... (Voz de garoto passação)

- Por que? Aconteceu alguma coisa? (Pânico total... Vamos ser abandonadas?!)

- Não não, é porque Mutema e eu precisávamos ir malhar... (Voz de bocó – típica pessoa desprovida de senso de noção, em termos nordestinos)

Todo mundo se olha dentro do carro... Comoooooo assim????? Foi isso mesmo que ele disse?! A gente enfrentou 4 horas de viagem, pra esperar no meio de uma pracinha porque os tais príncipes precisavam malhar?!... Esse mundo não tá normal genteiimmmm!!

Uma hora e meia depois (porque a cidade deles era bem mais perto do que a nossa), e com 50% da moral perdida com o nosso grupo, os dois rapazes chegaram à cidadezinha combinada.

Com a barriga já encostada nas costelas, por causa da fome de matar, era incontestável o próximo passo... COMERRRR!!! Odiá-los ficaria pra depois (rsrsrsrs).

Amigas, o que eu não contei explicadinho a vocês era a crítica situação de liseu (falta total, completa e absoluta de dinheiro) que eu e Pombinha estávamos passando... 

Dinheiro contadinho p/ passar o fim de semana, restrito para a compra do ingresso, algum lanche mais barato, a bebida da night e gasosa da viagem... Nenhum outro tipo de ostentação era permitida, como, por exemplo, lanchar algo mais caro que R$ 5,00.

Nessas condições, MA-RA-VI-LHO-SAAAASS, partimos em busca do lanche/jantar até encontrarmos um restaurante aconchegante da cidade, decidido pelos nossos anfitriões (que, por sinal, já estavam lá bem sentadinhos quando chegamos).

Best´s, aí foi que o negócio começou a ficar meio cabuloso (= estranho de forma caótica). Os meninos já haviam pedido a própria comida: um camarão de entrada, uma jarra de suco e um belo prato de filé para duas pessoas.

Feita a recepção necessária, Odorico nos passou o cardápio. É nesse momento que você identifica uma pessoa lisa, no caso eu... a escolha do prato não é feita pelo que você quer comer, mas única e exclusivamente pelo preço localizado naquela tabela final que te informa o valor mais em conta p/ matar a fome de 4 mulheres desesperadas. O cardápio mostrava a solução perfeita... Pizza grande acompanhada por um refri geladinho por R$ 28,00... (Obrigada Jesussssss!!!!!).

Sorriso dando laço, fizemos o pedido, enquanto os meninos já saboreavam seus pratos vorazmente... Embora eles não tenham oferecido, eu pensei “que nada, nem devem ter se ligado” (Tolice ignorar os sinais que se jogam na sua face, amiga).

Chegada e devorada nossa pizza. Todo mundo relativamente feliz... Chega a tão esperada conta. E quem recebe???? EU, É CRARO!!!! (Será que eu tenho cara de rica?! Ou é a minha cara de Sofrenilda até para essas coisas?)

Ok ok... vamos aos cálculos... Eu olho p/  Bananéia como se gritasse “e aí, gataaaaa?!”...

Sabe o que interessante?! Já perceberam como todo mundo disfarça essa hora... Galeraaaa, se tocaaaa!!

Diante do vácuo instaurado na conversa, e as cutucadas debaixo da mesa entre eu e Pombinha, falo em alto e bom som:

- E aí, galera? Chegou a conta... Nossa parte é a pizza (Aquela voz de: se quiser pode pagar tudo... uhuuuu)

- Vamos dividir por todos, é mais fácil – se manifesta ridiculamente o tal Mutema, já tirando sua parte da divisão injusta 

Eu olho em tom clássico de “nem fudendo” pra Bananéia e Deusarina...

- Pode ser... divide aí Sofrenilda –  Bananéia responde sem ter noção que eu queria muito matá-la nesse momento.

Coleguinhas, a pessoa come uma pizza e vai pagar camarão e filé?! Tá de brinks comigo né?!  A conta que seria os R$ 7,00 bem calculados passaram pra R$ 50,00 por pessoa... (Fudeu, fudeu mesmo – vou ter que ficar sem comer até o final da viagem).


Superado esse momento trágico, e de uma análise detalhada do tal jantar, partimos pra casa dos meninos... Você aí lendo vai dizer: Calma Sofrenilda, cabou sua noite... Só que não, bebê!!!!

....

Aguardem as cenas do próximo capítulo (digo, postagem)

terça-feira, 14 de abril de 2015

SOLTEIRA EM CASAMENTO DA FAMÍLIA: A primeira pista que você tem muitos pecados pra pagar

Miguxas,

Ser solteira convicta tem inúmeras vantagens. Você não precisar dar satisfação dos seus passos. Você dorme bem. Come bem. As viagens com as amigas são bem mais engraçadas. A paquera é sempre emocionante. Qualquer saída pode virar um “se beber, não case”...

Mas tem dias que você não consegue se lembrar porque ser solteira é divertido, e se tem um dia assim, esse é o casamento de alguém da família.

Cara coleguinha, é nesse dia que a sua lista de ex é relembrada pela família, para lhe questionar minuciosamente o por que de você continuar sendo a “encalhada da família”.

Se a situação já não tá fácil por si só, já que família nem sempre é coisa fácil de se lidar, imagina enfrentar a sua vida como tema central.

Você tem duas saídas: dar um belo e lindo toco na galera ou tentar a opção /ignore. Eu??

Eu fico com os dois!

Sim minhas caras, e é nesse tema que eu vos conto a minha história de hoje...

O casório de uma prima mais nova é algo que requer sempre preparação. Enquanto a noivinha procura o seu vestido, você procura muita paz interior para aguentar todo mundo falando do quanto que o problema deve ser com você, por VOCÊ:

  •  Escolher demais os ‘boy magia’;
  • Gosta muito de sair e bombar na balada;
  • Dever procurar namoradinhos na igreja;
  • Ter que abrir o coração e aceitar alguns chifres em sua cabeça;
  • Estar ficando velha e ter que aceitar o que vier;


Se a família de vocês for igual a minha, isso é apenas uma das poucas teorias da sua solteirisse...

Gente, ninguém vai mentir aqui e negar que todo mundo tem seu dia de fossa, mas é interessante descrever o passo a passo da cerimônia e o respectivo acontecimento para a solteira, vulgo encalhada.

1º Momento – A chegada da família: look no look

Esse momento é marcante. É aquele, minha cara best, em que você encontra sua tia especial, que curte lhe dar aquele velho olhar “Ela fez mesmo os pés? (cara de nojo) – Até o - Olha esse cabelo!! (olhar de desprezo)”...

Pra isso não tem roupa certa pra você. Vai por mim, gata!!!!!

Suas opções serão:

A) Se sua roupa for decotada:
- Essa menina não se dá ao valor, fica mostrando os peitos por aí. Isso lá é roupa pra casamento?! POR ISSO TÁ SOLTEIRA!

b) Se sua roupa for curta:
- Avisa a essa garota que ela não veio pra um baile funk. Fica mostrando essas pernas por aí... Isso lá é roupa pra casamento?! POR ISSO TÁ SOLTEIRA!
c) Se sua roupa é discreta e sem grandes enfeites:
- Minha nossa, olhe a roupa dessa pobe! Ninguém nem repara nela. Se veste feito velha. POR ISSO TÁ SOLTEIRA!

d) Se sua roupa for romântica:
- Pia mesmo essa véia querendo se fazer de menina... Sabe nem se vestir!! POR ISSO TÁ SOLTEIRA!

e) Se sua roupa for ousada e cheia de detalhes fashions:
-  Owww presepe essa menina. Crente que é da globo para usar essas coisas. Homi gosta disso não. POR ISSO TÁ SOLTEIRA!

Gatas, eu já tentei todos os looks. Juro juradinho!!!! Mas NÃO TEM COMO AGRADAR!

RESUMINDO: Vou nua nessa porra, porque a culpa de ser solteira é minha... porque nasci!

2º Momento  – Sentando à mesa: "Trouxe ninguém, minha filha???!"

Após a cerimônia, chega o tão aguardado momento da mesa. Família dos noivos tem lugar especial: Ufa! (Será hein?!)

Quando não dá pra correr e sentar do lado de alguma alma boa, desse povo que Deus escolheu pra você chamar de família, só resta uma saída: Incorpora Madre Tereza de Calcutá e abre o coração para esses pobes de espíritos! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Tá bom gente, eu sei que a família quer mesmo que você seja feliz, mas rola um momentinho de revolta quando a galera lhe empurra qualquer mané da vida (com todo respeito aos Mané´s em geral), enquanto eles mesmos vivem metendo o pau no casamento um dos outros...

Bem, nesse momento tão crucial, em que você junta mesmo a txurma toda, é que começa o interrogatório básico. Passa aquele pensamento: “alguém pode me matar, por favor?! Alguém aí?! Garçom, por favor... Pode me ajudar?!”

Não tem celular que dê tapiada, nem ida ao banheiro que vá lhe salvar. O que eu faço? Eu bebo! Simmmmmmmmm, eu bebo para ajudar a descer o negócio!

No meu caso, não teve escapatória... a coleguinha sentada ao lado era aquela prima ‘quase’ querida, que mesmo tendo engordado horrores e sendo a modelo do insta “breguiçes da moda”  - isso não existe, mas tô pensando em indicar p/ ela, tá?! – adora jogar na sua cara o quanto ela é gata e bem casada.

Se você acha que ouvir isso a noite toda é suficiente p/ o acontecimentos da minha noite?! Não, não é.

Ok, ok... a gente fica feliz com a felicidade da galera, mas tem gente que amaaaaa mostrar o que não existe.

E nisso eu tenho sorte coleguinhas!!!

A prima sentada ao lado, além de desfrutar de uma incrível auto-estima, fala com vozinha de bebê com o marido. E qual o tema principal? O quanto ela está feliz e o quanto você ainda está solteira!

Que tal a gente mudar a temática? Política? Religião? Fome mundial? Parara Tim Bum? Big Brother Brasil????? Qualquer coisa serve!!!! Eu aceito! Mas não, amigas. Porque família que é família compartilha o tema.

Começando por: “não trouxe ninguém minha filha?! Ahhh, imaginei!!”

Pronto, vamos dar abertura a pauta “a solteirisse de Sofrenilda”! (ha ha há – risadinha sarcástica)

Juro que comecei a pensar em todos os meus falecidos naquele segundo. Aquele desespero bate na cabeça e você começa a se questionar: “será que eu devia ter perdoado o ‘homem das prosas’ ter dado em cima da minha melhor amiga?!” ou “quem sabe ‘caloteiro’ esteja melhor de vida, talvez eu não precise mais pagar as contas dele?!” (vocês entenderão depois)...

Que merda é essa que eu tô pensandoooooooo?! Alowwwww, vamo focar no que importa!

Depois de acordar desse vil momento de loucura, minha tia (que por sinal é solteira também – pasmem!!!) falou:

- Sofrenilda, cê tá ficando velha! Ninguém vai te querer. Arranje logo qualquer um e case logo! (voz de desespero)

- Tia, a senhora é infeliz? Porque, tipo... a senhora é solteira... (tom de irônica clássica, com um quê de: pode parar de falar agora?!)

- Sou não minha filha, mas você não pode basear sua vida na minha... (beleza beleza txitxia)

- Txiaaaa, olha só, eu não aceito gaia, não topo sustentar homem, não fico em casa enquanto ele se acaba na cachaça... então não se preocupe, porque se tem mulher feliz, essa é a que vos fala!!!! (Palmas em pé de uma plateia de best´s no meu mundo feliz de solteira)

............................. (tia em silêncio)

Uhuuuuuu! Venci um round!

3º Momento: A noiva vai jogar o buquê: Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come!

Aquele momento em que a noiva joga o buquê por si só já é constrangedor.

Tá ligado vaqueiro tangendo boi? (joga no google que aparece uma fotxinha) Prontooooo, é isso que a equipe do cerimonial adora fazer com o grupo das solteiras.

Eu pensei... que tal fugir??? A galera já tá meio bêbada... alguns tios já esqueceram que você tá por ali e sua avó anda meio ‘moca’ (surda) e não ouviu o que a cerimonialista falou.
Você sonha por alguns segundos: Otxémooooo! Uffaaaa! Passei por essa! Vou ficar aqui com meu amor sincero (celular do meu agrado, com 3G funcionando mesmo que meio capenga)! Ninguém me viu, ok?!

NÃOOOOOOO GATAAAAA...

A sua prima, feliz e agora esposa de alguém não vai deixar de tentar lhe afogar desse mar de desesperança que é seu encalhamento... O microfone emite o som:

- Sofrenildaaaa!!! Sofrenildaaaaaa! (Ela lhe vê) Traz ela aqui!!!! Não se escondaaa prima!!!

Eu, gente fina que sou, dou aquele sorriso amarelo e vou pra junto das demais coleguinhas (na sua maioria, de status namorantes ou namoridas), que pensam em uma maneira estratégica de roubar o buquê e lançar um olhar marcante para o respectivo.

Eu penso: É, não dá p/ fugir, mas vou ficar escondidinha aqui atrás. Ninguém me vê, nenhuma desesperada vai me derrubar p/ pegar o buquê. Tá tranquilo!  (Suspiro de paz moderada no coração)

HA HA HA, pra mim! Sabe de nada inocente (by Cumpade Washington)

No microfone, a noiva anuncia:

- Gente, eu vou jogar ali no fundo que aquela ali tá precisada viu?!

Todo mundo vira pra mim! Detectada a encalhada da festa... sim, sou eu!

PORRAAAAA!! Buraco portátil, cadê você? Garçom, aquela faca que te pedi mais cedo... pode enfiar no meu peito agora?!

Bem, a verdade é que o buquê não caiu pra mim ou perto, o que me livrou de ser derrubada como a menina da frente... (Sorriso de felicidade)!

Dever de família cumprido, e passada todas as vergonhas da noite, fiz o que me restava... fui pra casa comer todos os docinhos que eu pude carregar de uma vez só.

4º Momento: Final feliz... seu pai tá feliz!

Chegando em casa, pensei: "é aquele momento especial..." 

Você se desfaz daquela maquiagem legal e vê a realidade... (tsc tsc) Sozinha, sem maquiagem, sem salto... blahhhhhh

É nessa hora, minha amiga, que você corre até a cozinha pra devorar a única coisa que você lucrou da festa... OS DOCINHOS! (antes fosse um gatissimo, verdade)

Avisto meu pai, já sentado na cozinha, sorrindo ao comer os doces feito criança que roubou do prato da mãe... Ao me ver, com aquela camisola de velha, já meio sofrida, ele abre um sorriso maior ainda e franzindo a testa, meio desconsertado, me diz:

- Filha, estive pensando aqui... Muito bom esse negócio de você ser solteira!

... PARAAAAAA TUDO QUE EU QUERO DESCER. COMO?

- Por que papi? (cara de desconfiada de: qual vai ser a pegadinha?!)
- Eu não tenho mesmo dinheiro pra você fazer seu casamento... melhor você ficar assim ou casar com um homem rico, porque o negócio tá difícil!!!! (gargalhadas do meu véio)
- Então pode ficar tranquilo, porque pior do que arranjar dinheiro, tá arranjar homem... o que dirá os dois juntos!!!!

Rindo muito desse comentário estranho, sento juntinho dele e curto todos os docinhos possíveis... porque família que é família, e pai que é pai, tá do teu lado até quando você tá no fundo do poço da merda... 

E assim se fez meu final feliz... porque até quando tudo dá errado, tá dando certo!

  

domingo, 12 de abril de 2015

ANALISANDO UMA LOUCA

Coleguinhas,


Ser amiga, miguxa, best, brother, sister, de verdade verdadeira não é moleza não, principalmente quando sua amiga está in love.

Você dirá... Oxe, isso é recalque. Por que essa louca tá falando isso?! Deve ser porque Sofrenilda é solteira. Se você falou isso, é porque você é a louca apaixonada.

Se você falou: “certezaaaaaaa” e já deu um print p/ sua amiga ler o texto... bem, você nessa caso é a psicóloga, a advogada, a médica, a médium, leitora de mentes e todas as outras coisas que sua best acha que você tem obrigação de ser quando ela está apaixonada.

Calma aí, coleguinha!! Todo mundo já foi louca aqui, mas a gente precisa se divertir lembrando de quão louca e descompensada você é ou está nessa sua fase apaixonada.

As sóbrias emocionais de plantão caracterizam as amigas apaixonadas em várias fases e categorias... Eu vou falando uma por publicação, porque a quantidade que tem, é históriaaaaa viu?!

O tema de hoje vai ser nossa amiguinha no nível Pobinha louca, porque além de ser assunto complexo, sua amiga nunca terminaria de falar rapidamente sobre a relação dela, e eu também não vou!! (rsrsrsrsrs)

Sim sim, se você está apaixonada naquele estado crítico saiba que você deve muitoooooo a integridade mental da sua amiga/conselheira.

A “pobinha louca” é aquela amiga apaixonada que antes de você dar sua interpretação sobre a conversa, encontro ou qualquer outro evento com o boy magia, já vai dizendo o conto de fadas do momento que você, a sóbria, só consegue gritar mentalmente: “como foi que essa pobe entendeu isso????? Ajuda Nossa Senhora das Sofridas!!!”. 

A tal 'pobinha' conta a história detalhada, bem assim:

   - Amiga, tô superrrrr feliz. Encontrei com Zé Safadão. Ele disse oi, ai eu disse oi. Aí ele perguntou: tudo bem? E eu respondi: tô!!!... Ai ele sorriu e eu sorri também. Depois pegou no cabelo e disse que o dia tava quente, e eu respondi é mesmo. Depois ele olhou no relógio. Acho que ele tá muito apaixonadoooo por mim!!!  O que tu acha hein?!

- ok, ok... beleza, beleza... (você disfarça sua cara de “a pobeeeeee”, enquanto secretamente você se pergunta: O que tem pra achar, mulé?????)

O diálogo nada intenso entre os dois é detalhado de forma esquizofrênica pela sua amiga, que comenta da cor da blusa do rapaz, até a forma em que ele segurava o copo na ocasião, contando cada frase e vírgula da conversa para você analisar... É a epidemia do “Contando a mesma história de novo, de novo e de novo... e mais uma vez”. Caso gravíssimo para a sanidade mental da amiga ouvinte.  

Mas sempre pode ser pior... Sua amiga, além de louca, pode também estar sofrendo da síndrome “me conta de novo – o que foi que ele disse mesmo?!”. E o que cabe a você, minha cara coleguinha, é repetir, repetir e repetir mais algumas vezes a mesma história pacientemente, até você se cansar e mandar ela se lascar, como todo o amor, carinho e verdade que podem existir entre duas amigas.

Mas isso é coisa p/ outro dia...

Na doença do “Contando a mesma história de novo, de novo e de novo... e mais uma vez” a apaixonada, mesmo consciente que te contou a história com o atual, moribundo ou falecido, não consegue evitar te contar de novo, principalmente quando alguma outra amiga cruza o caminho e pergunta: “E as novas?”...

Nesse momento a crise ocorre de forma inevitável e só te cabe participar mais uma vez da longa descrição do momento com o rapaz, em que pausa e pergunta “o que mais amiga?!”, com uma consciência subliminar de quantas vezes você já ouviu aquilo.

O objetivo de repetir tantas vezes quantas forem possíveis é só para que você faça a análise do caso e reforce a parte da conversa que é positiva pra ela ou de algo que ela precisa se convencer...

Daí:

  1. A)  Ela conta a 1ª vez – Você pensa: Nossaaaaaaa quando detalhe, mas quero saber tudooooooo – super feliz pela cumplicidade de irmãs);

  2. B)      Ela conta a 3ª vez – Você pensa: Gata, não vai mudar o final... foi só isso mesmo (coração pacífico, vamos abrir a mente para a best apaixonada e compreendê-la);

  3. C)      Ela conta a 7ª vez – Você pensa: Oxe, será que ela esqueceu que me contou a história??? Tá bom, ela quer uma nova análise do mesmo fato. Faz parte de ser miguxa (Olhar torto, mas amiga que é amiga aguenta o tranco);

  4. D)     Ela conta a 11ª vez – Você pensa: Amiga, você tá me testando ou  fazendo meu ouvido pinico? Eu já entendi louca! (Você já complementa as frases dela, enquanto fala “eu lembro” e “tô ligada” repetidas vezes, dando uma risada disfarçada e nervosa de quem está a 2 palavras de perder a paciência e mandar ela pastar);

  5. E)      Ela conta a 15ª vez – Você pensa e diz: Mulherzinha, vou ouvir mais não... grave aí minha voz e fique escutando tudo que eu já comentei sobre essa história... Ohhh sacooooo (Cara de: se você falar de novo, vou dizer que a ex dele é bonita).


Agora eu já tô vendo você lendo isso e rindo, lembrando “é aquela louca já fez isso comigo!!”.

Eu sei gataaaaaa... eu sou Sofrenilda, melhor amiga de Louquiane!

Louquiane, amiga minha de longas datas, é a típica pobinha. Não consegue visualizar o menor sinal do “se toca garota”. 

O cara samba no cadáver dela, urina na face e a pobe continua lá, fazendo uma análise positiva da situação desastrosa do caso amoroso existente só no fantástico mundo de Bob dela.

Ai ai ai... E num dos casos de “pobinha louca”, eu te conto a história de hoje...

Louquiane me ligou um dia desses, aliás, num dia daquelesssss...  Sabe aquele dia que você tá pronta p/ mandar matar o primeiro que aparecer na sua frente?! Prontooooo, num dia desses mesmo.

Eu tinha trabalhado das 7:30 até às 22hs, almoço em 30 minutos e sem tempo até de parar pra mijar no escritório, algo no estilo lelé lelé lelelelé de escrava Isaura. Era a 7ª ligação dela. Mas quem não tem tempo de fazer número 1 no trabalho, não tem tempo de atender telefone, né?!

Chegando em casa, o telefone toca... eu penso: Que merdaaaaa, quem tá me ligando essa hora?! Vou matarrrrrrr (psicopata pós-trabalho). O celular avisa. É Louquiane chamando. Taaaá, Louquiane eu atendo...

Mas eu havia esquecido do principal... Louquiane estava padecendo do mal das loucas apaixonadas, e nessa noite ela queria a amiga Sofrenilda psicóloga, onipresente, leitora de mentes... ou seja, fudeu, fudeu mesmo! 

Botão verdinho apertado e lá vamos nós:

- SoSô amiga, tudo bem? (Vozinha chorosa de Louquiane)
- Não, acabei de chegar do trabalho. O que é? Diz logo que eu quero comer e mijar! (voz de fala logo se não eu vou te matar)
- Afff mulher, tô tão mal... (Louquiane chora)
- O que foi Louq, aconteceu alguma coisa??? (voz meiga e curiosa de: Armaria, eu sou um porre e alguém da família dela morreu. Me perdoaaaaa)
- Tô arrasadaaaaa amiga. Te liguei tanto e tu não me atendeu... Acho que meu namoro acabou (choro aos berroosssss)
- Louquiane mulher, pelo amor de Deus, o que foi que aconteceu?! Me diga p/ eu lhe ajudar! Como foi isso? Por que??? (voz de melhor amiga do mundooooo)
- Liguei para Coisinha (namorado) hoje, e ele atendeu o celular e me chamou de Louquiane... (choro)
- Sim, e ai? Depois disso? (Desespero total de curiosidade... Voz de mulher ou barulho de uma festa? Alguém puxou o celular dele e falou algum segredo?! Casado? Foragido?)
- Não Sofrenilda, foi isso... Ele me chama só de Loló quando nos falamos por telefone, com vozinha fofa, mas dessa vez falou Louquiane quando atendeu o celular... (choro)

... Silêncio... Suspiro... Suspiro... Contagem até 10... Gritoooooo

- Que porraaaaaaa é essaaaaaa, Louquiane?! (voz de tô correndo p/ ir pegar a faca agora) – Mulherrrrrr, tu não tem o que fazer não é?! Só me diz uma coisa, ele tava aonde quando atendeu essa merda de celular?
- No carro com o pai, viajando... (voz de entenda minha loucura de pobinha)

...Minhas caras leitoras lindas do coração, compartilhem comigo esse momento de ira... Você não tem tempo para fazer xixi e sua amiga liga p/ dizer que o namorado não atendeu o telefone com vozinha de bebê?! Pxxx que pariu!!!!!!!

- Mulher, posso te dar um conselho? (voz de psicopata irônica) Procura umas roupas p/ lavar, arruma o guarda-roupa, ajuda uns velhinhos a atravessar a rua, pensa como erradicar a fome mundial, qualquer coisa do tipo... agora me deixa ir mijar porque isso é falta sua do que fazer... Xauuuu (Voz de ironia e de sorte sua que eu não posso te bater por telefone)

A verdade é somos todas loucas e descompensadas, mas a história de Louquiane era só loucura mesmo... Louquiane casou com Coisinha e não tinha nenhum problema com o jeito de chamar...  era só falta do que fazer mesmo.

E no fim, só resta reconhecer... Quem nunca deu uma de Louquiane, que vire purpurina!!!


NADA COMO UM PÉ NA BUNDA PRA GENTE ANDAR PRA FRENTE!

Oi Gataaaaa,
Conversa boa mesmo é aquela que você sabe que promete boas risadas desde a primeira frase. E qual a forma mais simples de se conseguir isso numa rodinha de amigas, best´s ou conhecidas??? O famoso “nada como um pé na bunda pra gente andar pra frente”...
 Não, não... esse não é um blog pra você chorar lendo. Quer dizer, se for pra chorar de rir lendo, podxeeeeee lindoooo!
Nesse mundão de Deus nada melhor quando você encontra outra sofredora no caminho, com marquinhas de pé no glúteo pra gente ter certeza que essas histórias dignas de Hollywood não acontecem só com você.
É bem importante que vocês entendam como eu cheguei até aqui... 
Sabe aquela sua amiga dedo podre, azarada no amor, etc etc etc... eu sou essa! Sim, sim minha cara leitora, eu sou a  Rainha de bateria da escola de samba “Unidos de Um Passação Cruzou Meu Caminho”.
De tantas histórias incrivelmente hilárias – porque depois que passa a gente ri né?! – minhas amigas me convenceram... isso tinha que virar um blog. Ser record em histórias ridiculamente mal sucedidas tinha que ter sua vantagem, além das já conhecidas gargalhadas em mesas de bar...
Por onde começar? Lógico, a primeira!!!! 
Todo mundo pensaria, foi com o primeiro beijo ou o primeiro namoradinho... Não gataaaaaa, o pezinho na bunda vem de longas datas!!!!
Nada relevante, é claro... mas se é pra sambar no cadáver, a gente samba!
E foi assim que começou a minha saga... Embora não acontecesse com a maioria dos mortais normais com 4 anos de idade, eu, estranha que sou, tinha um amor pra toda vida no Jardim II (que ridícula hein?!!!)... Sim, sim... essa era eu, mesmo que nem entendesse o significado que isso tinha, e muito menos que seria um sinal prévio de Deus “aguarde os próximos capítulos – Sabe de nada inocente”... a pobre garota tinha uma paixonite de criança.
Ele, o dito menino “promessa para o século XXI”... Eu, a pirralha “espero que seja inteligente, porque na beleza tá foda”... Esperava ansiosa a oportunidade de me vestir de noiva no São João para dançar com o tal prodígio, porque esse era o significado de ter um namoradinho na escola, junto com os sinais básicos de amor: morder, puxar seus cabelos, beliscar seus braços e qualquer coisa que hoje em dia o povo chama de bullying.
Enfim, antes da tão esperada festividade, chegou o aniversário do rapaz (digo, projeto de homem...). Sorriso no rosto da coleguinha aqui, que implorou a mãe que dessa vez não comprasse meias para o aniversário de alguém da turma - o que no fim seria um pedido em vão. Alguém se identifica???? - Coração batendo forte, fomos chamados um a um para a entrega de presentes pela Tia (vulgo professora). 
Mas novela boa mesmoooo tem que ter emoção!! (ainda que seja do estilo chiquititas)
Antes que eu pudesse entregar o maravilhoso par de meias (morta de vergonha, mas esperando o abraço de “amor”), eis que surge uma garotinha da sala ao lado, com seus cabelos naturalmente loiros e olhos claros - como nesse tempo não conta ser gostosa ou sarada - a dita cuja aparece carregando um grande e bem embrulhado presente, acompanhada daquela que um dia deveria ser minha sogra.
Nesse momento, a garotinha deslumbrante da outra sala corre em direção ao aniversariante e feliz lhe dá um abraço e um selinho!!!!! Hellooooooo, que baixaria era aquela minha gente?! Selinho era um nível muitoooo avançado! 
Coração partido com 4 anos... isso não é pra todo mundo amiga! Só me restava uma coisa: Comer pra ser feliz!!!!
De cabeça erguida, após roubar docinhos da mesa por vingança, eu comi meu pedaço de bolo, e na hora da saída joguei terra nos olhos dele, porque a gente sofre, mas a gente se diverte!!!!!